O ballet e a Dança do Ventre – Afinal que papo é esse?

Recebi um pedido especial, direto da Bahia, não vou dizer de quem, pois assim ninguém mais precisa levar chumbo…rs

Vale lembrar que o ballet clássico tal como o conhecemos, recebeu suas designações e nomenclatura por volta do sec XV e já existia pelo mundo, como forma de expressão muito antes desta data, que foi o início de sua decodificação. Uma forma de expressão nasce, mas nem sempre tem um nome, o nome é dado por alguém, ou um grupo que acredita que isto seja necessário.

Quais os nomes que designam os passos de samba? Não existiam até que se decidiu ensinar, de forma organizada, ou decodificada e então surgem métodos, escolas e afins. Um pouco sobre o ballet:

ballet

O  primeiro ballet registrado aconteceu em 1489, comemorando o casamento do Duque de Milão com Isabel de Árgon.

(http://www.ebah.com.br/content/ABAAABHfwAB/a-historia-ballet-classico)

Balé (do francês Ballet) é o nome dado a um estilo de dança que se originou nas cortes da Itália renascentista durante o século XV, e que se desenvolveu ainda mais na InglaterraRússia e França como uma forma de dança de concerto. As primeiras apresentações diante da plateia eram feitas com o público sentado em camadas ou galerias, disposto em três lados da pista de dança. Elas são realizadas principalmente com o acompanhamento de música clássica.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Bal%C3%A9)

Ballet Séc. XV — XVI

O bal­let sur­giu como espe­tá­cu­los sole­nes durante o período renas­cen­tista. Eram espe­tá­cu­los apre­sen­ta­dos em fes­tas aris­to­crá­ti­cas, onde músi­cos e bai­la­ri­nos da corte cola­bo­ra­vam para criar entre­te­ni­mento para a nobreza. A core­o­gra­fia era adap­tada nos pas­sos das dan­ças nobres, os dan­ça­ri­nos vestiam-se da roupa da moda e, ao fim, era comum o “público” entrar na dança.

( http://lojaanabotafogo.com.br/o-ballet-e-sua-historia/#.VM93C53F-So)

Agora a questão se apresenta.

A dança do ventre foi invadida pelo ballet clássico ou a dança clássica, pertencente ao mundo, também existe dentro da arte da dança árabe?

aantigo41

Para quem já viajou ao Egito e fez as visitas aos templos , com certeza se surpreendeu com os desenhos que permanecem além das dinastias naquelas paredes visitadas por pessoas do mundo todo

Nas cenas de festas, os dançarinos apresentam poses que hoje conhecemos como sendo pertencentes ao ballet clássico, mas como? Se aquela civilização teve seu apogeu muito muito antes da idade média, onde esta outra forma de arte se tornou conhecida, e compartilhada ?

 

Será que somos tão tacanhos para ignorar as imagens que existem há milênios?

Egito 2

A primeira vez em que vi um desenho de Grand Batement, numa das paredes dos templos,fiquei com a boca aberta literalmente. Pois ali, na minha frente eu via um movimento que me parecia pertencente ao mundo moderno, mas que já existia há muito mais tempo e eu não tinha  a mínima idéia a respeito.

Arabesque por exemplo é uma palavra árabe que no Ingles seria ” in Arabic Fashion”

arabesque

 

Creio que todas podem ver como esta versão ocidental é diferente daquela que utilizamos numa performance de música árabe ou não?

kahina arabesque

Kahina, para mim uma de nossas estrelas no Brasil executando a versão oriental deste passo. Notem a diferença de altura da perna por exemplo!

Agora muitos falam de perna alta na dança que isso não cabe de forma alguma e então eu me pergunto, e esta bailarina, que é egipcia, e mundialmente respeitada, tem alguma licença especial para o movimento aqui eternizado?

Dina high legs

As posições que em nosso país são criticadas, existem até mesmo na cidade que é a grande meca da dança como mercado. No Cairo bailarinas internacionalmente conhecidas, se valem da técnica refinada clássica para construir suas apresentações e melhorar seu desempenho

Observem esta postura

Randa

Esta linha náo é desprovida de orientação, pelo contrário, me lembra bastante minhas aulas de ballet.

A qualidade de dança de bailarinas que tem em seu repertório  a prática do ballet , mesmo que tenha sido em sua formação passada, não deixa dúvidas com relação a contribuição do mesmo em suas performances. Muitas vezes tiveram formação  completa em ballet clássico.

Mais uma vez saliento que a dança clássica árabe, que podemos observar no Samah e Muwashahat que é uma das danças palacianas, árabes, é muito mais antiga do que o ballet francês ou europeu, que é matéria hoje em dia de muita controvérsia em nosso meio.

A presença do clássico em nossa dança, é um fato que existe desde os primordios da mesma, a partir do ponto em que a dança se formalizou e passou  a ser executada como entretenimento mais refinado.

Onde não há manifestação clássica? Mais fácil responder a esta pergunta do que a outra bem comum sobre o porque da mesma manifestação ser tão presente em nosso meio!

Baladi e Ghawazee – que eu saiba não trazem influência de técnica clássica, mas Raks Sharki tem em sua formação a presença forte e ativa de vertentes da dança que necessitam mais controle e qualidade executória.

Isso pode ser visto no corpo de grandes bailarinas da atualidade, onde é visivel a presença de técnica acadêmica e até mesmo passos mundialmente conhecidos, que utilizam em suas performances.

Aqui no Brasil , grandes expoentes da dança que tiveram formação clássica completa ou incompleta e que manifestam estas vivencias em seu corpo e sua dança:

Shahar Badri ( Inglaterra) Najwa Mirela Poleto ( México) Kareema ( Alemanha) Janaina Benke , Kahina, Soraya Zaied, Nesrine , Malak, eu inclusive, e tantas outras que seria difícil nomear todas.

No Egito bailarinas que claramente carregam a técnica clássica em seu corpo e performance, do passado e do presente:

Farida Fahmy, Randa Kamel, Dina e preciso dizer mais?

Vale a pena de fato discutir sobre isso? é um fato e não uma questão de opinião. A diferença entre Raks Shaabi e Raks Sharki, é exatamente a presença de elementos mistos no segundo estilo.

Onde colocaremos o grand batement da Randa como possibilidade? Vamos mudar o nome do passo para dizer que não é ballet?

As vezes nos permitimos discutir pontos que não merecem de fato nenhum crédito, Por exemplo o traje ou o visual que alguém decide, diz algo sobre a qualidade de seu trabalho enquanto bailarina, ou do estilo que esta pessoa escolhe para si?

Uma foto de divulgação pode trazer a bailarina em trajes comuns ou em traje de dança, e isso lhe dá um panorama completo de quem ela é? como?

O traje, a forma como uma bailarina decide se divulgar, não pode e nem deve ser seu termometro para avaliar do que ela é capaz como artista! Assista , receba a expressão desta pessoa e então forme sua própria opinião.

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Kahina  randa 2

Ambas impecáveis ou alguém pensa diferente?

Viva as brasileiras, viva a busca pela técnica para ser o instrumento necessário de nossa expressão artística.

E se me perguntassem o que de fato falta, para nós brasileiras, eu não diria que é quadril não, falta sensibilidade para o Taksim, falta modéstia para o compartilhar e falta idade para compreender que a união é muito mais interessante do que a divisão

Boa semana a todos(as)

22 thoughts on “O ballet e a Dança do Ventre – Afinal que papo é esse?

    1. Eu defendo a dança acima de tudo Salete.
      O que não concordo é com a critica desenfreada e sem base, pois as grandes bailarinas aqui e no Egito tem influencia da dança clássica em suas apresentações. Acho que o desejo por polemizar é maior do que o questionamento.
      Prefiro ser autêntica do que uma cópia abrasileirada de alguém que dança fora …o que é puro?
      As primeiras bailarinas que ficaram famosas através do cabaret de Baadia Massabni, já eram preparadas para o público europeu. Basta assistir Samia Gamal.
      a responsabilidade do mix entre dança de raiz, e dança clássica,não é das brasileiras de forma alguma. Em outros paises inclusive a influencia do ballet é muito maior do que aqui, e isso as pessoas não comentam?
      Não compreendo a ignorancia, no sentido de desconhecer informações, que dá lugar a discussões infundadas. As críticas acabam batendo sobre pessoas altamente competentes, e digo mais. O melhor é ser claro, pois assim tudo fica muito mais fácil
      Então a pessoa que lhe disse que sou a favor de um respeito com a cultura oriental, ou árabe, está correta, mas eu não sou preconceituosa! E eu nunca defendi esta bandeira com estas palavras, então vc foi enganada por alguém!

  1. Lulu maravilhosa! Ótimo tema e ótima abordagem. Da mesma forma como o ballet, ja escutei papo de outras danças ´´contaminarem´´ o corpo das bellydancers, contemporâneo, jazz e afins… cada vez mais percebo o quanto existe um encaixotamento de danças, quando tudo não passa de experiência e vivência do corpo e que isso é o diferencial de cada um. Tendo o estudo em dança (e ai falo de prática e também de reflexão) qual a importância de saber quem veio primeiro?! Como curiosidade, conhecimento, talvez, mas mais vale entender no seu corpo o que se faz com isso e como se produz entretenimento, arte, didática ou felicidade a partir das vivências do corpo, sem julgamentos de certo ou errado. E aqui não estou renunciando o dever de cada um em conhecer a história, contexto ou cultura, ja que é uma das formas de reflexão, mas todo esse conhecimento é corpo e faz parte do corpo, e não tem como separar suas experiências, ou tirar e colocar de novo, encaixotar e dizer dentro de uma coreografia por exemplo: ´´neste momento estou dançando forró e neste dança do ventre´´. Vejo uma exigência grande de manter um formato de dança específico, e vejo isso de uma forma geral, mas minha principal crítica é que esse formato não deva ser um, mas vários, respeitando os limites e necessidades do corpo de cada um, e que não deve definir um padrão como estilo, mas um padrão de pensamento e reflexão acerca de um tema dentro da dança a ser estudada. Prezo por uma democratização do conceito que se tem de dança, em seus diversos aspectos e estilos. Em outras palavras rsrsrs, mas acho que está ainda dentro do que foi falado em dançar ballet/dança do ventre/axé/samba/contemporâneo/jazz/funk/baladi/hiphop… e por ai vai, tendo estudo em dança, como citei acima, o movimento do outro se torna compreensível aos olhos mesmo de quem não viveu aquela experiência no próprio corpo. Medo de não ser compreendida neste post, por que falando sério, acho que apenas repeti um apelo teu- se não estiver enganada, e me corrija se for o caso – que também é meu! Ansio por mais posts seus!

  2. Sensacional abordagem! Pude comprovar o que vc disse das pinturas nos templos egípcios sobre posturas refinadas que lembram muito o balé. O próprio Muwashahat antecede ao balé e vemos claramente os arabescos, a postura elevada, refinada. Muito bom tema.

  3. Que texto maravilhoso! Esse assunto tem sido bastante discutido mas, sinceramente, ainda não tinha lido algo tão explicativo. Pra mim, uma aula. Obrigada!

  4. Acredito que arte é liberdade de express?o.
    Executar um passo de balé em algum momento cabível na dança do ventre n?o irå descaracterizar ou desrespeitar essa maravilhosa arte.
    N?o acho bacana o excesso de passos de balé, mas na medida e bem executado fica interessante.

    Viva a diversidade!!

  5. Lu, o meu respeito e admiração por você aumenta cada vez mais. A sua atitude, a sua dedicação, a sua forma de conduzir a situação, enfim. As suas palavras foram claras e não desrespeitou a ninguém, muito menos a dança clássica árabe.
    Falta de conhecimento e de confiança. A verdade é essa.

  6. Hoje mesmo, vi algumas postagens que me incomodaram bastante. E estava pensando em gravar um vlog sobre, e seu post veio a calhar. Concordo, concordo e concordo muito com a Ariadne Lipinski também…Quando pesquisamos ou estudamos o universo da dança de forma a deixar preconceitos ou julgamentos na gaveta, fica mais fácil compreender que não se desconstrói para construir. Se eu pratico dança do ventre e inicio os estudos no ballet, não importa se vou arriscar movimentos do ballet que são mais conhecidos e por isso apontados. O meu corpo em algum momento irá manifestar alguma das técnicas que aprendi no ballet. Como disse, não desconstruímos para construir, somamos sempre. Essa palavra “contaminada” me causa frio na espinha, será que tanto luxo, poder e glória subiu a cabeça para manifestarmos tal preconceito com outras linguagens como se somente a nossa dança fosse pura e digna do respeito que pedimos mas não ofertamos? Essas “colagens” que acontecem durante a construção coreográfica ou de improviso do bailarino, nada mais é do que suas vivências e percepções que serão sempre diferentes das nossas, mas ali se escreve a trajetória dos grãos colhidos durante os estudos na dança, alem das vivencias de vida e suas emoções. Não dá pra levar tudo a ferro e fogo. Podemos dizer que a evolução para alguns e retrocessos na qualidade da dança do ventre na visão de outros, se dá também devido os diversos tipos de gerações que hoje existem. Tudo tem os dois lados da moeda, não existe a necessidade de todos abraçarem uma única opinião dentre tantas que existem. Assim como não precisamos abraçar uma única forma de dançar, já que cada corpo se manifestará a sua maneira O respeito na era do “diga não ao preconceito” racial, religioso e etc… seria muito bem vindo no meio dançante, amém! Acho digno suas palavras Lulu, realmente vieram a calhar.

  7. Corrigindo: *Suas Palavras, não! Isso foi só a melhor e mais bela aula de história, pesquisa e imagens que provam claramente o que descreveu neste post, grata!

    1. Obrigada Elaine, fiquei um tempo quieta, mas as vezes é impossível. A liberdade não está apenas no mover-se não é? Polêmica sem conteúdo não tem sentido algum. Que todas nós possamos trocar, ouvir o outro lado, pensar a respeito e ter o espaço suficiente para até mesmo rever conceitos e estruturas engessadas que podem ganhar muitos novos contornos com um pouquinho de agua!

  8. marhaba!! citando um orgulho árabe tudo iniciou no oriente inclusive a dança rsss orgulho de brima, e nossa querida Nadia Gamal comentou que uma bailarina de Rak´s el shar´k deve estudar outras formas de arte para sua dança ficar mais rica teatro, música, ballet seja lá o que for,,, lembro de um Workshoop que fiz com a Lulu e Farida Fahmy, no work própria Farida dizia o tempo todo para não viciarmos nossa dança com giros do ballet e etc,,, mas ela tem o estilo clássico árabe (palaciano cítado por Lulu no texto acima) em suas dança,, o que faz entender melhor que clássico no rak´s el shar´k está bem antes do clássico francês,, não podemos delimitar regras a dança é universal não conhece fronteiras, deve-se unir,, yallah!! vamos celebrar a vida.. shúcran Lulu

  9. A muito tempo venho acompanhando textos e posts sobre balé e dança do ventre, e nunca comentei nada, pois percebo as vezes a falta de informação de pessoas falando sobre o assunto …é bem contraditório….percebam que as mesmas pessoas que falam mal do bale e defendem a desagregação do bale com a “tradicional dança do ventre” , reverenciam as bailarinas antigas da era de ouro, não percebendo quanto balé existe em suas danças. Adorei o texto…porque ele compartilha da mesma idéia que tenho sobre o assunto, as linhas posturais do balé não se resumem a passos de impacto como gran battman e outros de impacto. Sofri muito preconceito no inicio da minha carreira pois diziam que usava muito jazz…anos mais tarde era uma febre….mas o fato é … que desde sempre …procurem vídeos antigos e perceberão quanto bale esta contido nas apresentações como ja foi dito…Agora chamo a atenção para outra questão que talvez seja a causadora desta polêmica:

    “A questão de saber fazer uma boa leitura musical” e em que momento utilizar então alguns passos de impacto do balé, existem momentos na musica em que , ao meu ver, poderiam ser utilizados…neste caso ( Kahina é uma referência para mim, pois os passos de balé executados por ela não comprometem a leitura e a beleza da dança) . A técnica do balé esta mais presente do que muitos imaginam em todas as danças, se vc gira ou se desloca vc está utilizando princípios básico do bale.

  10. Lulu, cada dança tem sua história e sua importância p cada estilo… porém mesmo q mtas não aceite, o Ballet tem influência em todas as danças. Então não tem como evitar a inclusão de movimentos do Ballet…. Algumas bailarinas são mais visíveis e outras menos.

  11. Lulu, cada dança tem sua história e sua importância p cada estilo… porém mesmo q mtas não aceite, o Ballet tem influência em todas as danças. Então não tem como evitar a inclusão de movimentos do Ballet…. Algumas bailarinas são mais visíveis e outras menos. Mas todas usam sim ballet em sua dança.

  12. Eu não tenho dúvidas que as pessoas que praticam alguma modalidade de dança ou até mesmo quem está de fora deste universo concordam com a afirmação: ou vc ama o ballet ou vc odeia o ballet. Dizer que vc adora “assistir” ballets não quer dizer que vc vai praticar ballet, então não é a mesma coisa, certo?
    Transportando a linha de raciocínio para o bellyworld acompanhei muitas discussões a respeito do menos ballet, mais ventre e surpresa!!! Os maiores barracos foram promovidos por pessoas que jamais pisaram numa sala de ballet ou que até tentaram mas como escolheram o ódio ao ballet, ninguém mais pode gostar, praticar, ser feliz e melhorar a performance em outra modalidade de dança. Se melhorar a dança do ventre vc é praticamente enforcada em praça pública!!
    Indiscutível que quanto mais técnicas corporais a bellydancer tiver, e aí já não estamos falando somente do ballet, melhor!! Se ela faz danças de rua, ela poderá aproveitar a homérica dissociação corporal adquirida e fazer vários movimentos quebradinhos na percussão. Se faz contemporâneo ou danças modernas, poderá usar planos corporais diferentes… Se fizer ballet terá linhas mais longilíneas, melhor postura tanto na dança como no dia a dia, noção corporal e espacial, força, equilíbrio dinâmico, aprende a usar músculos e articulações de forma otimizada e minimizando problemas futuros, noções de anatomia, e outras tantas habilidades desenvolvidas.
    Em outras danças se aprende essas habilidades? Sim. Em outras atividades físicas idem, mas crucificar o ballet como forma de polemizar é mais uma prova de que as pessoas não estão mais conseguido encantar, então precisam chamar a atenção de outra forma (o que, aliás, está acontecendo quando que diariamente).
    Vamos estudar mais, gente!!! E deixem em paz quem estuda!

  13. Eu não tenho dúvidas que as pessoas que praticam alguma modalidade de dança ou até mesmo quem está de fora deste universo concordam com a afirmação: ou vc ama o ballet ou vc odeia o ballet. Dizer que vc adora “assistir” ballets não quer dizer que vc vai praticar ballet, então não é a mesma coisa, certo?
    Transportando a linha de raciocínio para o bellyworld acompanhei muitas discussões a respeito do menos ballet, mais ventre e surpresa!!! Os maiores barracos foram promovidos por pessoas que jamais pisaram numa sala de ballet ou que até tentaram mas como escolheram o ódio ao ballet, ninguém mais pode gostar, praticar, ser feliz e melhorar a performance em outra modalidade de dança. Se melhorar a dança do ventre vc é praticamente enforcada em praça pública!!
    Indiscutível que quanto mais técnicas corporais a bellydancer tiver, e aí já não estamos falando somente do ballet, melhor!! Se ela faz danças de rua, ela poderá aproveitar a homérica dissociação corporal adquirida e fazer vários movimentos quebradinhos na percussão. Se faz contemporâneo ou danças modernas, poderá usar planos corporais diferentes… Se fizer ballet terá linhas mais longilíneas, melhor postura tanto na dança como no dia a dia, noção corporal e espacial, força, equilíbrio dinâmico, aprende a usar músculos e articulações de forma otimizada e minimizando problemas futuros, noções de anatomia, e outras tantas habilidades desenvolvidas.
    Em outras danças se aprende essas habilidades? Sim. Em outras atividades físicas idem, mas crucificar o ballet como forma de polemizar é mais uma prova de que as pessoas não estão mais conseguido encantar, então precisam chamar a atenção de outra forma (o que, aliás, está acontecendo quase que diariamente).
    Vamos estudar mais, gente!!! E deixem em paz quem estuda!

  14. Belo ponto de vista. Concordo com quaisquer outras interferências de técnicas para melhor dominio do proprio corpo. Apenas discordo quando estas interferencias ajudam a apagar as formas mais originais de qualquer dança étnica .

    1. Concordo com você, Ricardo! Nenhuma dança é dona dos passos! Mas não podemos deixar o exagero tomar conta! Acho que 80% da dança deve ser fiel as suas raízes e aprimorar com outras é engrandecedor!

  15. As técnicas são ferramentas importantes para um profissional da dança, seja qual seu estilo. A história da arte/dança é conhecimento. Portanto, um artista profissional da dança, tem a escuta do corpo. O depoimento de Lulu é muito importante. bjus!!

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